Portal do Governo Brasileiro
Página InicialInformações ao ConsumidorProdutos Analisados Martelo de Aço - Ferramenta Manual (III)
Produtos analisados
Relatório de Análise de Brinquedos Piratas. Relatório de Análise em Sacos para Acondicionamento de Lixo Residencial
Relatório de Análise de Chumbo em Batons. Relatório de Análise de Consumo de Energia de Ferro Elétrico de Passar Roupa e Vaporizador
Fique Atento
  
.: Martelo de Aço - Ferramenta Manual (III) :.

Objetivo
Justificativa
Normas e Documentos de Referência
Marcas Analisadas
Informações sobre as Marcas analisadas
Laboratório Responsável pelos Ensaios
Ensaios Realizados e Resultados Obtidos
Providências

Objetivo

A apresentação dos resultados obtidos nos ensaios realizados em Ferramentas Manuais – Martelo de Aço é parte integrante dos trabalhos do Programa de Análise de Produtos desenvolvido pelo Inmetro e que tem por objetivos:

    1. prover mecanismos para que o Inmetro mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a adequação dos produtos aos Regulamentos e às Normas Técnicas, contribuindo para que ele faça escolhas melhor fundamentadas, tornando-o mais consciente de seus direitos e responsabilidades;
    2. fornecer subsídios para a indústria nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos;
    3. diferenciar os produtos disponíveis no mercado nacional em relação à sua qualidade, tornando a concorrência mais equalizada;
    4. tornar o consumidor parte efetiva deste processo de melhoria da qualidade da indústria nacional.

Deve ser destacado que estes ensaios não se destinam a aprovar marcas ou modelos de produtos. O fato das amostras analisadas estarem ou não em conformidade com as especificações contidas em uma norma/regulamento técnico, indica uma tendência do setor em termos de qualidade, em um determinado tempo. A partir dos resultados obtidos, são definidas, em articulação com as partes interessadas, as ações necessárias de apoio aos setores produtivos na busca da melhoria da qualidade dos produtos, tornando o produto nacional mais competitivo e contribuindo para que o consumidor tenha, a sua disposição no mercado, produtos adequados às suas necessidades.

Justificativa:

A análise de conformidade realizada no produto Martelo de Aço vai ao encontro do Procedimento Geral do Programa de Análise de Produtos do Inmetro quanto à seleção dos produtos, priorizando aqueles de consumo intensivo e extensivo pela sociedade e que estejam relacionados à questões que envolvam a segurança dos usuários.

O Inmetro selecionou para essa análise os três tipos de Ferramentas Manuais mais comuns, que podem ser encontrados em toda residência e que se destinam a realizar pequenos trabalhos caseiros. São elas: o alicate universal, a chave de fenda e o martelo de aço.

Outro dado apresentado nesse relatório será um comparativo entre os desempenhos dos produtos nacionais e os de origem estrangeira durante os ensaios realizados, com o objetivo de avaliar o comportamento da indústria nacional do setor de ferramentas em resposta à entrada de produtos importados.

Com a divulgação dos resultados das análises de conformidade realizadas, o Inmetro espera fornecer informações que poderão orientar os consumidores em suas futuras decisões de compra e subsídios suficientes para que o setor identifique possíveis falhas no processo produtivo e adote medidas visando a melhoria da qualidade dos produtos.

Normas e Documentos de Referência

Para a realização dos ensaios foram utilizadas as seguintes normas de referência:

  • NBR 10.760, de outubro de 1989: Martelo de Aço - Especificações
  • NBR 10.762, de outubro de 1989: Cabos de Madeira para Martelos – Especificação
  • NBR 10.764, de outubro de 1989: Cabos de Madeira para Martelos até 2 kg - Dimensões
  • NBR 10.761, de outubro de 1989: Olhal de Martelo – Dimensões

As normas NBR 10.762 e NBR 10.764 estabelecem parâmetros para cabos de madeira para martelos de aço de até 2kg comercializados separadamente da cabeça do martelo, considerando-os como peças individuais e não como parte de um conjunto. Segundo o laboratório, ao separar o cabo do restante da ferramenta, este sofre deformações que o descaracterizam, inviabilizando a realização de determinados ensaios. Portanto, alguns dos ensaios descritos nessas normas não puderam ser realizados pois aplicam-se apenas ao cabo e não à ferramenta montada.

Esse relatório contém observações que darão maiores detalhes sobre os ensaios e sua aplicabilidade.

Laboratório Responsável pelos Ensaios

Os ensaios nas amostras de martelo de aço foram realizados pelo Laboratório de Ensaios Mecânicos e Metalurgia e pelo Laboratório de Metrologia Dimensional do Instituto de Pesquisas e Estudos Industriais da Faculdade de Engenharia Industrial - FEI, localizada em São Bernardo do Campo, São Paulo.

Cabe ressaltar que o laboratório responsável pela realização dos ensaios dimensionais possui credenciamento junto à Rede Brasileira de Calibração - RBC do Inmetro.

Os laboratórios integrantes da RBC têm assegurada a rastreabilidade de suas medidas a padrões nacionais, através da calibração dos seus padrões de referência diretamente pelo Laboratório Nacional de Metrologia - LNM.

Marcas Analisadas

A análise foi precedida de uma pesquisa de mercado realizada em 11 (onze) Estados: Goiás, Pará, Rondônia, Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná, e identificou 51 (cinqüenta e uma) diferentes marcas de Martelo de Aço do tipo Unha, dentre as quais, 17 (dezessete) importadas.

Considerando que uma das diretrizes do Programa é analisar a tendência da conformidade do produto, não é necessário analisar todas as marcas disponíveis no mercado nacional. Foram selecionadas, com base na dispersão geográfica e na tradição e participação no mercado nacional, 15 (quinze) marcas de Martelo de Aço, 08 (oito) nacionais e 07 (sete) importadas para serem submetidas aos ensaios de conformidade.

A tabela I relaciona os fabricantes/importadores que tiveram amostras de seus produtos analisadas.

Tabela I

Marca/Modelo

Tipo do Cabo

Origem

A

Madeira

Espanha

B

Plástico com punho de borracha

China

C

Madeira

SP

D

Madeira

MG

E

Madeira

RS

F

Madeira

G

Plástico com punho de borracha

Importada
H

Madeira

Importada
I

Metal com punho de borracha

China

J

Madeira

China

K

Madeira

SP

L

Madeira

MG

M

Madeira

RS
N

Madeira

RS
O

Madeira

China

 

Observações:

  1. Os martelos de aço identificados como "B" e "H" não traziam nenhuma marca que os identificasse e foram nomeados, respectivamente, com base no ponto de venda onde as amostras foram adquiridas e no fornecedor do produto no Brasil.
  2. O fabricante ou importador das amostras de martelo de aço "H" não pôde ser identificado e seguindo orientação do Código de Defesa do Consumidor que declara, em seu artigo 13, que "O comerciante é igualmente responsável ... quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados", a responsabilidade pelo produto recaiu sobre o ponto de venda.

Informações das Marcas Analisadas

Com relação às informações contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:

  • As informações geradas pelo Programa de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado. Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro, objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia uma atualização regular das informações geradas.

  • Após a divulgação dos resultados, promovemos reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade de repetição da análise, após um período de, aproximadamente, de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável, tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não identificar as marcas que foram reprovadas.

  • Uma última razão diz respeito ao fato de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.


Ensaios Realizados e Resultados Obtidos

A partir da seleção das marcas e da solicitação do laboratório responsável pelos ensaios, foi enviada orientação de compra para os órgãos pertencentes à Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade - RBMLQ (Institutos de Pesos e Medidas e Superintendências do Inmetro) para que fossem adquiridas 04 (quatro) unidades de cada marca de Martelo de Aço tipo Unha, a fim de submetê-las aos ensaios de conformidade descritos pelas normas técnicas pertinentes.

Verificação das Marcações

De acordo com o artigo 6º, do Código de Defesa do Consumidor, é direito básico do consumidor ter acesso à "informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço ...".

Segundo a norma NBR 10.764, específica para cabos de madeira, nos cabos devem constar as seguintes informações:

  • O termo "Cabo"
  • Comprimento do cabo, em milímetros
  • Classificação da qualidade do cabo (A, B, C)
  • Acabamento da superfície do cabo
  • Número da norma

Por exemplo: A designação de um cabo de madeira para martelo até 2kg, de comprimento l=320mm, classe de qualidade B, pintado, é: Cabo 320 x B x pin x NBR 10.764.

A norma não deixa claro se tais informações devem constar nos cabos apenas quando são comercializados separadamente, ou se elas também devem estar presentes quando fixados à cabeça de aço, compondo o conjunto da ferramenta manual, como geralmente é encontrada no mercado. 

Nenhuma das marcas analisadas apresentaram todas as informações descritas pela norma. A única informação que foi encontrada em 10 (dez) das 15 (quinze) marcas analisadas refere-se ao comprimento do cabo.

Outra dificuldade detectada refere-se à verificação da classe da qualidade da madeira utilizada para fabricação do cabo. Além de não trazer essa marcação, os ensaios descritos pela norma que definem as propriedades físicas e mecânicas da madeira só podem ser realizados no cabo, antes do processo de encabamento (fixação do cabo ao olhal do martelo).

Durante o processo de encabamento, a madeira sofre deformações que a descaracterizam. Retirar o cabo do olhal significa deformá-la ainda mais, o que impede que sejam avaliados segundo os parâmetros normativos.

Em função do descrito, a conformidade das amostras não pôde ser avaliada, conferindo aos resultados do ensaio de Verificação das Marcações caráter meramente informativo.

Estado e Acabamento das Superfícies

Esse ensaio verifica através de inspeção visual, se a superfície das amostras de martelo de aço tipo unha oferecem algum risco à segurança do usuário, principalmente, durante o manuseio da ferramenta.

Em relação a esse critério, as amostras de martelo de aço devem apresentar as seguintes características:

Cabeça:

  • Ausência de defeitos como trincas, porosidade ou rebarbas;
  • Superfície polida;
  • Proteção com verniz ou anticorrosivo equivalente.

 Nesse ensaio, das 15 (quinze) marcas analisadas, 04 (quatro) foram consideradas não conformes, pois apresentavam polimento apenas na região da face do martelo, superfície que entra em contato com o material a ser trabalhado, ou seja, local com o qual são dadas as pancadas.

Todas as amostras foram consideradas conformes em relação aos demais requisitos desse ensaio.

Cabo de Madeira:

  • Deve ser fabricado de madeira
  • Ausência de cascas, rachaduras ou pontos afetados por insetos
  • Deve ser usinado, alisado (lixado)
  • Deve ser oleado, envernizado, pintado ou alguma proteção anticorrosiva

 Das 15 (quinze) marcas analisadas, o cabo de 03 (três) delas foram considerados não conformes, pois não apresentavam proteção anticorrosiva em suas superfícies.

As demais marcas foram consideradas conformes em relação a esse requisito.

Os cabos de todas as marcas apresentavam sua superfície alisada (lixada) e, portanto, foram consideradas conformes.

As amostras da marca "H" foram consideradas não conformes, pois seus cabos apresentam pontos afetados por insetos, o que é indicativo de que o fabricante não exerce controle da qualidade eficaz da matéria-prima (madeira) utilizada para fabricação do produto. A madeira que apresenta irregularidades dessa natureza tem sua resistência mecânica reduzida nesses pontos e nas áreas próximas a eles.

Cabe ser ressaltado fato observado pela análise dos resultados obtidos e pelas características das amostras submetidas a esse ensaio. Das 15 (quinze) marcas analisadas, 12 (doze) possuem o cabo feito de madeira, 02 (duas) têm cabo de plástico e empunhadura de borracha e 01 (uma), tem cabo de metal e empunhadura de borracha.

De acordo com os parâmetros normativos, que determinam que os cabos têm de ser feitos de madeira, essas 03 (três) marcas deveriam ser consideradas não conformes. Entretanto, por não se tratar de característica que esteja relacionada a questões que envolvam a segurança do usuário, essa não conformidade foi desconsiderada.

A presença de martelos com cabos feitos de materiais diferentes da madeira pode ser um indício de uma nova tendência do setor de ferramentas manuais. Como a norma foi elaborada a mais de 10 (dez) anos, a comissão de estudos da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT deve ser reativada com o objetivo de avaliar se essa modificação representa evolução tecnológica do setor e, portanto, a possibilidade de revisão desse parâmetro na norma é um ponto a ser considerado.

Montagem do Cabo

Encabamento

A realização desse ensaio visa verificar a fixação do cabo, independente do material utilizado na fabricação, à cabeça do martelo de aço, processo denominado encabamento. De acordo com a norma técnica: "O cabo deve ser rigorosamente fixado ao martelo através do olhal, por meio de uma cunha de metal ... de tal forma que não haja escorregamento, nem vestígios de oscilação".

A fixação adequada do cabo diminui o risco da cabeça do martelo se soltar, oferecendo riscos à segurança do usuário, principalmente, nos movimentos bruscos empreendidos durante a realização de trabalhos com ferramentas manuais dessa natureza.

A conformidade aos parâmetros é verificada pela dificuldade oferecida pelas amostras em se retirar o cabo do interior do olhal do martelo. Das 15 (quinze) marcas, 03 (três) foram consideradas não conformes:

  • As amostras das marcas"L" e "O", ambas com cabo de madeira, apresentaram oscilações do cabo na região do olhal do martelo.
  • Na marca "I", com cabo de metal, a irregularidade detectada pode ser considerada mais crítica, pois o cabo pôde ser removido apenas utilizando-se a força das mãos.

As demais marcas foram consideradas conformes.

Nesse ensaio cabe uma observação relacionada ao método utilizado pelos fornecedores dos produtos (nacionais e importados) para fixação do cabo ao martelo e a sua conformidade aos parâmetros normativos.

Segundo a norma técnica, essa fixação deve ser feita "... por meio de uma cunha de metal ...", objeto utilizado para abrir fendas em pedra e madeira e com o auxílio do qual fixa-se o cabo ao martelo. Entretanto, das 15 (quinze) marcas analisadas, 08 (oito) utilizam resina como método para fixação do cabo ao olhal que foi considerado pelo laboratório mais eficiente do que o método descrito na norma e, por isso, a não conformidade foi desconsiderada.

Outro fato que deve ser relatado é que as amostras consideradas não conformes nesse ensaio apresentavam fixação por meio de cunha de metal, com exceção da marca "i", em que o cabo não era fixado, apenas encaixado no olhal.

Portanto, a utilização da resina parece ser uma tendência do setor e que deve ser levada em consideração no caso de uma revisão da norma vigente.

 Teor de Umidade

Outra característica verificada nesse ensaio foi a determinação do teor de umidade da madeira utilizada para fabricação do cabo, a fim de verificar sua higroscopicidade, ou seja, a sua propriedade de absorver vapor de água do ambiente. Caso a madeira seja muito higroscópica, ou seja, absorva muita água, ela tende a inchar e a perder resistência mecânica.

 Todas as amostras analisadas foram consideradas conformes.

Cabe observar que somente as amostras com cabo de madeira puderam ser submetidas a esse ensaio.

Dureza (Unha e Face)

Esse ensaio determina a dureza das amostras analisadas, ou seja, a resistência oferecida pelas partes principais do martelo, unha e face, à deformação permanente. A unha é a área do martelo que possui forma de "garra" e é habitualmente utilizada para retirar pregos e outros objetos fincados em madeira. A face é a região com a qual se dá as pancadas.

A determinação da dureza dos metais é um método de controle da qualidade muito importante na indústria para verificação das condições de fabricação, tratamento térmico, uniformidade dos materiais utilizados, etc.

Segundo a norma técnica: "As durezas ... devem estar entre 50 HRC, no mínimo, e 58 HRC, no máximo, constatadas em três pontos distintos. A profundidade de tratamento deve ser de 3mm no mínimo, ao fim da qual deve ter uma dureza de 44 HRC no mínimo", ou seja, até a profundidade de 3 mm, o aço deve ter uma dureza entre 50 e 58 HRC e, para profundidades maiores, a dureza mínima deve ser de 44 HRC. Em ambos os casos, a dureza é medida em três diferentes pontos.

A tabela II descreve os parâmetros normativos e os resultados obtidos pelo ensaio de dureza, considerando as incertezas das medições. 

Tabela II

Valores das Durezas Medidas (HRC)

Unha (profundidade
até 3mm)

Unha (profundidade
> 3mm)

Face (profundidade
até 3mm)

Face (profundidade
> 3mm)

50 HRC < dureza
< 58 HRC)

dureza > 44 HRC

50 HRC < dureza
< 58 HRC)

dureza > 44 HRC

Marcas

1º Ponto

2º Ponto

3º Ponto

1º Ponto

2º Ponto

3º Ponto

1º Ponto

2º Ponto

3º Ponto

1º Ponto

2º Ponto

3º Ponto

A

54,5

55,0

55,1

54,2

54,0

53,8

54,5

55,0

54,5

56,0

55,0

55,5

B

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

45,0

58,5

43,0

45,5

43,5

48,5

C

20,0

24,0

26,5

45,0

45,4

43,0

55,5

50,8

55,8

51,0

44,5

50,3

D

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

E

50,0

50,5

50,0

58,0

56,0

51,8

59,0

60,0

60,0

58,0

57,0

47,0

F

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

51,5

53,0

50,0

47,5

47,2

49,0

G

51,8

50,5

52,2

51,0

50,0

50,8

54,5

54,0

54,1

52,9

50,5

53,5

H

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

I

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

J

46,0

47,0

46,0

24,5

21,0

20,0

56,0

51,0

33,0

30,2

< 20,0

< 20,0

K

30,0

33,0

35,8

27,2

27,8

23,0

49,5

51,0

46,0

46,8

50,0

44,5

L

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

< 20,0

M

49,5

51,5

50,0

49,5

50,5

52,5

53,2

51,2

52,0

52,0

52,0

50,0

N

49,0

51,5

54,5

55,2

57,2

56,8

57,5

57,8

58,0

57,0

57,0

56,5

O

20,0

20,0

20,0

22,0

20,8

22,2

58,0

56,8

57,1

56,5

56,5

55,8

 

Observação:

As células hachuradas correspondem aos valores de dureza que ficaram abaixo do valor mínimo da escala utilizada para medição, indicando que o metal utilizado para fabricação da ferramenta pode apresentar deformação quando submetido a esforços de trabalho.

Das 15 (quinze) marcas analisadas, 10 (dez), o que corresponde a cerca de 67% (sessenta e sete por cento) do total, foram consideradas não conformes, pois apresentaram, pelo menos, um dos valores de dureza abaixo do limite mínimo estabelecido pela norma.

Esse resultado indica que o metal utilizado para fabricação das amostras de martelo analisadas tende a apresentar deformações, ou seja, a amassar, quando submetido aos esforços de trabalho para ferramentas dessa natureza, principalmente se o material com o qual se trabalha apresentar dureza mais elevada que a da amostra.

Dentre essas marcas, cabe destacar aquelas cujo valor numérico da dureza encontrado não pôde ser expresso, pois apresentava-se fora da escala de medição utilizada. Sete marcas, ou seja, 70% (setenta por cento) das marcas consideradas não conformes apresentaram valor da dureza abaixo de 20 HRC.

As demais marcas foram consideradas conformes.

Massa do Martelo

Este ensaio determina a massa das amostras de martelo analisadas. Neste caso, entende-se por martelo apenas a cabeça de aço.

Com a padronização da massa, em conjunto com o estabelecimento das dimensões padrões, pretende-se definir a ferramenta manual que ofereça melhor manejabilidade e empunhadura, com a qual o usuário exerça o menor esforço físico possível.

Destacamos o fato de que apenas as amostras que indicavam a massa puderam ser submetidas a esse ensaio. Como a indicação dessa característica não é obrigatória, outro ponto que indica a necessidade de revisão da norma, pois essa informação deveria ser obrigatória, as demais marcas não foram consideradas não conformes, e sim, não aplicáveis ao ensaio em questão. Para essas marcas, a indicação da massa obtida durante o ensaio passa a ter caráter meramente informativo.

Das 15 (quinze) marcas analisadas, apenas 03 (três) indicavam a massa da cabeça do martelo. Para elas, os resultados obtidos são conclusivos.

Das 03 (três) marcas aptas para serem submetidas a esse ensaio, 02 (duas) foram consideradas não conformes, pois a massa determinada pelo ensaio estava acima da tolerância máxima estabelecida pela norma, ou seja, os martelos eram mais pesados.

A tabela III descreve as tolerâncias estabelecidas pela norma para cada faixa de massa do martelo.

Tabela IV

Massa do Martelo (M)

Tolerâncias Admissíveis (g)

Até 200g

± 0,1 x M

200g < M £ 1.000g

± (10 + 0,05 x M)

1.000g < M £ 2.000g

± (20 + 0,04 x M)

M > 2.000g

± (30 + 0,035 x M)

A tabela V a seguir descreve a massa declarada pelos fornecedores do produto, as tolerâncias, os resultados do ensaio para todas as marcas e a conclusão.

Tabela V

Marcas

Massa Declarada
pelo Fornecedor (g)

Tolerância (g)

Massa Determinada
pelo Ensaio (g)

Diferença (g)

Conclusão

A

¾

¾

426,2

¾

Não Aplicável

B

¾

¾

679,6

¾

Não Aplicável

C

¾

¾

438,5

¾

Não Aplicável

D

¾

¾

369,9

¾

Não Aplicável

E

¾

¾

347,2

¾

Não Aplicável

F

¾

¾

356,8

¾

Não Aplicável

G

16oz

453,6

± 32,68

462,1

+ 8,5

Conforme

H

¾

¾

394,2

¾

Não Aplicável

I

¾

¾

362,6

¾

Não Aplicável

J

16oz

453,6

± 32,68

502,7

+ 49,1

Não Conforme

K

7oz

198,5

± 19,85

221,1

+ 22,65

Não Conforme

L

¾

¾

364,6

¾

Não Aplicável

M

¾

¾

410,7

¾

Não Aplicável

N

¾

¾

425,0

¾

Não Aplicável

O

¾

¾

277,5

¾

Não Aplicável

 

 Verificação das Dimensões Básicas

Este ensaio verifica se as dimensões das amostras de martelo de aço analisadas atendem às especificações da norma no que diz respeito à fabricação de uma ferramenta com dimensões padrão. Cabe destacar que as normas vigentes definem parâmetros dimensionais para o cabo de madeira e para o olhal da cabeça do martelo. As demais dimensões não são previstas.

A norma brasileira determina que o comprimento total do cabo do martelo de aço seja usado com dimensão de referência para as demais dimensões, ou seja, a partir do comprimento do cabo, define-se os parâmetros para as demais dimensões e suas respectivas tolerâncias.

Os desenhos a seguir descrevem o posicionamento de cada uma das dimensões medidas.

martelo_tec.gif (43914 bytes)

Como pode ser observado, o cabo do martelo tem a forma da figura geométrica denominada elipse. Essa figura possui dois eixos principais, um maior e um menor, a partir dos quais as linhas são traçadas. Outro ponto a ser destacado é que como as medidas são feitas no início e no final do cabo, teremos duas elipses de tamanho diferente e, consequentemente, quatro eixos.

Elipse interna: formada pelo eixo maior a1 e pelo eixo menor b1 e pelos raios r1 e r2
Elipse externa: formada pelo eixo maior a2 e pelo eixo menor b2 e pelos raios r3 e r4

O quadro I relaciona as dimensões definidas como de referência para o comprimento do cabo do martelo, suas dimensões correspondentes e tolerâncias.

Quadro I

  

Comprimento do Cabo

Elipse Interna

Elipse Externa

Dimensões do Olhal (m x n)

Eixos

Raios

Eixos

Raios

m

n

Maior (a1)

Menor (b1)

r1

r2

Maior

(a2)

Menor

(b2)

r3

r4

Dimensões

Tolerâncias

Dimensões

Tolerâncias

L

Tolerâncias

Tolerâncias

Tolerâncias

Máx.

Mín.

Máx.

Mín.

Máx.

Mín.

Máx.

Mín.

Máx.

Mín.

250 (1)

258

242

13,5

12,5

22

21,4

3,2

12,5

20

15

6,9

15

12,5

12,7

12,3

7,1

7,2

7

260 (2)

268

252

17,3

16

10

9,2

4

16

23

16

6,9

17

16

16,2

15,8

9

9,1

8,9

280 (3)

288

272

19,6

18,1

11,2

10,4

4,3

17

25

19

8,5

17

18

18,3

17,7

10

10,2

9,8

300 (4)

309

291

21,6

20,4

12,6

11,6

4,9

19

28

20

8,4

19

20

20,3

19,7

11,2

11,4

11

310 (5)

319

301

24,2

22,8

12,7

13

5,4

21

30

21

8,7

21

22,4

22,7

22,1

12,5

12,7

12,3

320 (6)

330

310

26,9

25,4

15,6

14,5

6,1

24

33

23

9,3

22

25

25,4

24,6

14

14,2

13,8

330 (7)

340

320

28,6

27

16,8

15,4

6,5

25

34

25

11,4

26

26,5

26,9

26,1

15

15,2

14,8

350 (8)

360

340

30,3

28,5

18

16,6

7,1

27

37

27

11,9

26,5

28

28,4

27,6

16

16,2

15,8

360 (9)

371

349

32,5

30,6

19,1

17,7

7,3

27,5

38

28

12,5

27,5

30

30,5

29,5

17

17,3

16,7

380 (10)

391

369

34,2

32,2

20,4

18,8

7,7

28

39

29

13,1

28

31,5

32

31

18

18,3

17,7

400 (11)

412

388

38,6

36,4

22,5

21,2

8,9

34

40

30

13,7

30

35,5

36

35

20

20,3

19,7

 

Unidades em milímetros (mm)

Portanto, observa-se que, além do comprimento total do cabo, é prevista a realização de mais 10 (dez) medições: dos quatro eixos e quatro raios que formam as elipses interna e externa, que são medidas no cabo do martelo, e dos eixos que formam o olhal, medidos na cabeça do martelo.

Em relação a essas medidas, cabem algumas considerações:

  1. As normas técnicas NBR 10.761 e NBR 10.764 estabelecem parâmetros diferentes para a mesma medida, a do raio r1 da elipse interna. Enquanto na primeira a medição é feita no olhal da cabeça do martelo, na segunda ela deve ser efetuada no cabo de madeira. Supõe-se que, como as dimensões descritas para o cabo têm valores numéricos maiores, se comparadas àquelas para o olhal, isto se deva à necessidade do cabo ter espessura ligeiramente maior para garantir melhor fixação.
  2. Durante o ensaio, foram utilizados os parâmetros descritos para as medições dos raios r1 e r2 realizadas no olhal, pois o cabo, ao ser retirado, sofre deformações que impossibilitam a leitura precisa das medidas.
  3. As medições dos eixos da elipse interna a1 e b1 também não foram realizadas pelo mesmo motivo, ratificando a suspeita comentada anteriormente de que não as normas atuais não contemplam a ferramenta, martelo de aço, como um conjunto único, analisando suas partes separadamente.
  4. As normas técnicas NBR 10.761 e NBR 10.764 não estabelecem tolerâncias, nem máxima e nem mínima, para os parâmetros das seguintes medidas: a2, b2, r1, r2, r3 e r4. Esse fato dificulta a fabricação da ferramenta e levanta, mais uma vez, a questão da necessidade de revisão das normas para o produto.

A tabela VI descreve os resultados das dimensões medidas, considerando-se as incertezas das medições. Os valores numéricos em negrito representam as não conformidades encontradas.

Tabela VI

Marcas

Comprimento
L

Eixos

Raios

Dimensões do Olhal

a2

b2

r1

r2

r3

r4

m

n

A(3)

283,05

32,15

25,46

-

-

10,61

20,22

22,25

12,98

B(7)

326,89

36,63

29,14

-

-

17,28

24,76

24,83

16,57

C(7)

322,06

38,67

29,57

-

-

12,85

33,54

27,71

25,93

D(5)

308,50

35,98

26,28

5,15

25,37

12,09

30,12

-

-

E(7)

322,17

34,19

28,46

-

-

12,12

19,57

25,78

14,99

F(7)

322,20

29,30

37,32

-

-

16,21

26,36

27,56

15,36

G(6)

319,40

37,71

30,17

-

-

11,99

29,39

25,59

14,29

H(4)

294,61

32,55

26,35

7,38

18,01

10,61

25,27

-

-

I(4)

292,33

32,45

28,56

-

-

13,40

20,34

-

-

J(7)

331,42

39,38

31,27

-

-

15,87

32,40

25,72

13,91

K(3)

283,05

32,15

25,46

-

-

10,61

20,22

22,25

12,98

L(5)

307,40

35,80

26,10

5,97

24,47

12,20

38,44

-

-

M(6)

315,03

38,57

31,07

-

-

14,09

32,50

25,75

14,73

N(6)

314,77

38,25

31,42

-

-

15,27

29,69

25,65

15,55

O(4)

298,37

28,13

23,48

-

-

9,22

13,90

20,65

11,65

 

Unidades em milímetros (mm)

Como pode ser observado, todas as amostras analisadas apresentaram não conformidades em relação à verificação dimensional em, pelo menos, uma das dimensões verificadas.

Em relação aos resultados e com o objetivo de dar melhor entendimento à tabela VI, são feitas as seguintes considerações:

  1. Apenas 03 (três) marcas, dentre as analisadas, possuem olhal em forma de elipse.
    Portanto, apenas nessas amostras, os 04 (quatro) raios puderam ser determinados. Nas demais, o olhal possui forma retangular, com exceção das amostras da marca JS019 que possuem olhal redondo, e apenas os raios r3 e r4 foram medidos.
  2. Cabe esclarecer que o fato da amostra não apresentar olhal elíptico já representa uma irregularidade e caracteriza a não conformidade e, portanto, os valores numéricos obtidos para as dimensões do olhal, m e n, para essas marcas, passam a ter caráter meramente informativo.

  3. O laboratório responsável pelos ensaios não pôde medir as dimensões do olhal, m e n, para as 03 (três) marcas que possuem olhal elíptico, pois a norma técnica NBR 10.761 não deixa claro como devem ser medidas tais dimensões.

A revisão das normas deve considerar que os requisitos dimensionais não estão relacionados a questões que envolvam a segurança dos usuários. Portanto, deve-se buscar soluções alternativas para a normalização desse requisito, pois exigir tamanha precisão inviabilizaria a fabricação do produto, aumentando seu custo, tornando-o pouco atrativo para o consumidor.

Resultado Geral

Marcas

RESULTADO GERAL DOS ENSAIOS REALIZADOS

Conclusão

Verificação das
Marcações

Acabamento das Superfícies

Montagem do Cabo

Dureza

Massa do
Martelo

Verificação
Dimensional

Cabeça

Cabo

Encabamento

Teor de Umidade

A

Desconsiderado

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Aplicável

Não Conforme

Não Conforme

B

Desconsiderado

Conforme

Não Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Aplicável

Não Conforme

Não Conforme

C

Desconsiderado

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Aplicável

Não Conforme

Não Conforme

D

Desconsiderado

Não Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Aplicável

Não Conforme

Não Conforme

E

Desconsiderado

Não Conforme

Não Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Aplicável

Não Conforme

Não Conforme

F

Desconsiderado

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Aplicável

Não Conforme

Não Conforme

G

Desconsiderado

Conforme

Não Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

H

Desconsiderado

Não Conforme

Não Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Aplicável

Não Conforme

Não Conforme

I

Desconsiderado

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Aplicável

Não Conforme

Não Conforme

J

Desconsiderado

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme

K

Desconsiderado

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme

L

Desconsiderado

Não Conforme

Conforme

Não Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Aplicável

Não Conforme

Não Conforme

M

Desconsiderado

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Aplicável

Não Conforme

Não Conforme

N

Desconsiderado

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Aplicável

Não Conforme

Não Conforme

O

Desconsiderado

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Aplicável

Não Conforme

Não Conforme


Conclusões

De acordo com a análise dos resultados obtidos pelas amostras de martelo de aço, conclui-se que a tendência da conformidade do produto disponível no mercado é a se apresentar fora dos parâmetros normativos vigentes, pois detectou-se índice de não conformidade de 100% (cem por cento) durante a análise de conformidade realizada, ou seja, todas as amostras analisadas apresentaram irregularidades em, pelo menos, um dos ensaios realizados.

Foram verificadas seis diferentes características do produto e, em quase sua totalidade, a necessidade de revisão da norma técnica foi constatada, não só para tornar os parâmetros mais claros, como também para incluir novos requisitos e atualizar os já existentes. A norma é um instrumento dinâmico e deve acompanhar as inovações tecnológicas, refletindo a realidade de cada setor, não no sentido de se adequar às solicitações da indústria, mas no sentido de manter-se atual para não restringir produtos com novas características que tragam comprovados benefícios para a sociedade como um todo.

Os principais pontos identificados pela análise que indicam a necessidade de revisão das normas são:

  1. São consideradas antigas, pois têm mais de 10 (dez) anos de publicação;
  2. A obrigatoriedade da utilização de madeira como matéria-prima para fabricação do cabo;
  3. A obrigatoriedade da utilização do método de fixação do cabo (encabamento) por cunha;
  4. A rigorosidade dos parâmetros dimensionais;
  5. O fato das normas tratarem o cabo de madeira e a cabeça de aço como partes independentes e não como um conjunto;
  6. Melhor definição das informações consideradas obrigatórias para o cabo e para a cabeça de aço.

O principal responsável por essas revisões é o próprio setor industrial. Essas solicitações deveriam partir da indústria, pois é ela a principal usuária das normas e, portanto, pelo menos, teoricamente, deveriam comunicar, com maior facilidade e agilidade, à Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT a necessidade de revisão de uma norma. Entretanto, o fato de não existir uma associação que congregue os fabricantes do setor, ou seja, de haver uma voz ativa que o represente e que tome a frente de suas responsabilidades, direitos e deveres, pode contribuir para essa realidade.

Essa necessidade foi identificada nas duas análises realizadas anteriormente nas amostras de alicate universal e chave de fenda e ratificada pela análise dos resultados obtidos nas amostras de martelo de aço.

As normas são antigas e, segundo o posicionamento dos fabricantes, não contemplam, por exemplo, a existência de duas linhas de ferramenta no mercado, uma destinada para o usuário comum, para ser utilizada em trabalhos domésticos e de forma esporádica e, portanto, mais barata e de qualidade inferior, e outra denominada "profissional", fabricada para um público específico, mais cara e que suporta esforços mecânicos mais rigorosos. A criação dessas duas linhas foi motivada, em grande parte, pela concorrência desleal que se observou após a invasão de produtos importados evidenciada no início dos anos 90, muitos deles de baixa qualidade e custo inferior aos nacionais, os conhecidos produtos denominados popularmente como "um e noventa e nove".

Entretanto, assim como nas análises anteriores, o percentual de conformidade das amostras de martelo de aço analisadas de origem nacional manteve-se maior que o das de origem estrangeira, demonstrando que a indústria nacional, apesar das dificuldades, tem conseguido colocar no mercado produtos mais competitivos economicamente, ou seja, mais baratos, e com qualidade superior.

Os gráficos a seguir ilustram os percentuais de conformidade dos produtos nacionais e dos produtos importados analisados.

wpe1.jpg (23273 bytes)

De um modo geral, a realidade do setor de ferramentas no Brasil é preocupante, principalmente, no que diz respeito à normalização dos produtos. As normas necessitam de revisão e o setor necessita de uma supervisão atuante, questões que podem ser resolvidas pela criação de uma associação que congregue os fabricantes ou pela reativação da extinta Associação Brasileira dos Fabricantes de Ferramentas – ABF, pois a continuidade da fabricação de produtos abaixo dos padrões mínimos de qualidade, pode levar à degradação do setor.

Diante do exposto, o Inmetro convocará as partes interessadas, fabricantes e importadores de ferramentas em geral, institutos de pesquisas, laboratórios, representantes de organismos de defesa dos consumidores e a ABNT, especificamente, o Comitê Brasileiro 04, de Máquinas e Equipamentos Mecânicos, para que sejam discutidas medidas que possam ser implantadas visando a melhoria da qualidade do setor.

Conseqüências

Data

Conseqüências

11/03/2000

Divulgação no Programa Fantástico - Rede Globo de Televisão

11/05/2001 Reunião com representantes do setor produtivo, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, do Movimento das Donas de Casa de Minas Gerais, entidade de defesa do consumidor e do Inmetro, com o objetivo de definir medidas de melhoria para o setor.
  Principais Definições: Revisão das normas técnicas brasileiras, reativação da entidade representativa dos fabricantes do setor.
30/07/2001 Primeira reunião da Comissão de Estudo da ABNT para elaboração das normas. Principais Definições: Criação de Grupos de Trabalho, um para cada tipo de ferramenta analisada, e elaboração de normas específicas para alicate, chave de fenda e martelo de aço.

Nossos Endereços

  • Rio de Janeiro
    PABX: (21) 2563-2800
    Rua Santa Alexandrina, 416
    Rio Comprido - Rio de Janeiro - RJ
    CEP: 20261-232

  • Campus Xerém
    PABX: (21) 2679-9001
    Av. Nossa Senhora das Graças, 50
    Xerém - Duque de Caxias - RJ
    CEP: 25250-020

  • Superintendência de Goiás - Surgo
    PABX: (62) 3237-3500
    Rua 148, s/n
    Setor Sul - Goiânia - GO
    CEP: 74170-110

  • Superintendência do R. G. do Sul - Surrs
    PABX: (51) 3342-1155
    Av. Berlim, 627
    São Geraldo - Porto Alegre - RS
    CEP: 90240-581

  • Brasília
    PABX: (61) 3340-1710
    Setor de Indústrias Gráficas - Quadra 1, lote 985, 1º andar, Edifício Centro Empresarial Parque Brasília
    Brasília - DF
    CEP: 70610-410

Inmetro © 1993 - 2012. Todos os direitos reservados. Ícones de mídias sociais feitos por SimpleIcon from www.flaticon.com licenciado por CC 3.0 BY